Tipos de Câmbio Manual: 4 modelos e principais diferenças

Quem vive e respira mecânica sabe: quando se trata de câmbios, cada detalhe faz a diferença.

No universo dos sistemas de transmissão, a primeira divisão é clara: câmbio manual ou automático.

Mas, mesmo dentro da categoria dos manuais, encontramos diferenças. 

Desde o câmbio manual tradicional até os mais avançados com sistemas automatizados, cada modelo apresenta suas particularidades.

Neste artigo, exploramos a fundo os diferentes tipos de câmbio manual

Vem com a gente entender as diferenças entre eles e relembrar algumas dicas de manutenção para compartilhar com seus clientes e ajudar a prolongar a vida útil do câmbio dos seus carros.

Como funciona um câmbio manual?

Como funciona um câmbio manual

O câmbio, na verdade, é só uma parte do sistema de transmissão, que tem como base uma caixa cheia de engrenagens de diferentes tamanhos. 

Elas servem para o motorista controlar a relação entre a força do motor e a velocidade do veículo. 

Cada engrenagem é uma marcha. 

As marchas mais baixas oferecem mais força e menos velocidade. 

Já as mais altas permitem que o carro atinja velocidades maiores com menos esforço do motor. 

Mas como acontece a troca? 

Quando o motorista pisa na embreagem, ele “desconecta” o motor das rodas e permite que a alavanca de câmbio selecione qual engrenagem vai se conectar ali para fazer o carro andar. 

Vale lembrar que o motor segue funcionando, mas a conexão é interrompida para que seja possível mover a alavanca e trocar a engrenagem conectada com o motor.

Isso é o básico para todos os tipos de câmbio manual, porém, alguns deles têm um “extra”. 

Por exemplo, existem carros manuais com seis marchas e alguns modelos super esportivos que contam com até 7 ou 8 marchas!

E por falar em esportivos, é sempre bom lembrar que o câmbio manual é um objeto de desejo, já que ele dá controle total sobre o carro e sua performance. 

4 tipos de câmbio manual e suas diferenças

4 tipos de câmbio manual e suas diferenças

1. Câmbio manual convencional 

Esse todo mundo conhece! 

O câmbio manual convencional está presente na grande maioria dos carros que passam pela sua oficina e pelas ruas da cidade.

Lá no século passado – quando a tecnologia automotiva era bem mais simples – esse tipo de câmbio tinha só 3 velocidades, mas hoje é possível encontrar modelos com até 6 ou mais marchas. 

Porém, o formato mais tradicional é o de 5 velocidades (além da marcha ré, é claro), que surgiu lá na década de 1980 e trouxe mais desempenho para os carros.

Principais vantagens do câmbio manual convencional:

  1. O motorista tem controle total sobre as mudanças de marcha, o que ajuda na condução do veículo e oferece a sensação de estar dominando a máquina.
  2. O modelo convencional dá menos dor de cabeça para os donos de carro. Geralmente, ele precisa de manutenções menores comparadas a de outros tipos de câmbio;
  3. O gasto de combustível em carros manuais é menor do que em boa parte dos modelos equipados com câmbio automático;
  4. O custo do equipamento também é menor, por isso, carros manuais tendem a ser mais baratos que carros automáticos. 

2. Câmbio manual sequencial

O próprio nome já entrega a principal diferença para o câmbio manual convencional.

Nesse modelo, as marchas entram em sequência

Por exemplo, não é possível sair da quarta marcha e reduzir direto para a segunda.

É preciso descer marcha por marcha, igual ao que acontece nas motos. 

Câmbio manual sequencial

Essa troca mais rápida entre as velocidades permite que o carro tenha uma aceleração melhor e um desempenho superior aos veículos com câmbio convencional. 

Além disso, esse sistema é bem durável, principalmente por ser equipado com peças modernas que criam um processo de troca de marcha muito preciso.

Ou seja, nada de dar aquela arranhada na embreagem! 

Principais vantagens do câmbio manual sequencial:

  1. Trocas de marcha mais rápidas;
  2. Eficiência nas trocas e na aceleração do carro;
  3. Durabilidade das peças;
  4. Sensação de estar pilotando um carro de corrida.

3. Câmbio manual dog-leg

Câmbio manual dog-leg

O funcionamento do câmbio dog-leg é igual ao modelo convencional, o que muda é a forma como as marchas estão distribuídas no sistema de transmissão.

No câmbio comum, elas usam um padrão conhecido como “H”. 

Os movimentos que o motorista precisa fazer para ir trocando de marchas é parecido com os movimentos que a nossa mão precisa fazer para desenhar uma letra H.

Já no câmbio dog-leg, a primeira marcha fica em um canal separado (normalmente localizado no canto inferior esquerdo). 

Essa mudança faz com que a distribuição das marchas fique parecida com o formato de uma perna de cachorro, daí surge o nome. 

Mas você sabe porque inventaram esse câmbio “diferentão”?

O motivo é que o dog-leg foi (e ainda é) muito usado em carros de corrida, que pouco usam a primeira marcha (igual aquele Celtinha com motor de 70 HP). 

Por conta dessa característica, para os pilotos era muito melhor ter a segunda e a terceira marcha em linha e a primeira mais deslocada. 

4. Câmbio manual de dupla embreagem

Câmbio manual de dupla embreagem

Também conhecido como DCT, o câmbio de duas embreagens é na verdade um câmbio automatizado, mas que permite ao motorista a troca manual das marchas.

A grande sacada nesse sistema é que ele conta com 2 discos de embreagem, um controla as marchas pares e outro as ímpares

A troca manual das marchas pode ser feita sem a necessidade do pedal da embreagem, já que os discos trabalham de forma independente. 

Apesar de ser uma tecnologia bem interessante e que está cada vez mais em uso, os primeiros modelos equipados com DCT não foram muito bem recebidos no mercado automotivo.

Isso aconteceu especialmente por conta de alguns recalls que foram feitos pelas montadoras para resolver problemas vindos de fábrica. 

Atualmente, a rejeição caiu, principalmente porque algumas marcas estão criando carros muito bons com esse sistema, entretanto, o fator preço é um obstáculo para a popularização

Quais cuidados deve-se ter com o câmbio manual?

Quais cuidados deve-se ter com o câmbio manual

Você sabe muito bem como cuidar de um câmbio manual, certo?

Mas os seus clientes podem não saber.

E tão importante quanto consertar os veículos, é ajudar os motoristas a evitarem problemas

Esse tipo de atitude demonstra que você não é simplesmente um profissional da mecânica, mas alguém preocupado com o bem-estar dos seus clientes.

Portanto, vamos resumir aqui os principais cuidados com o câmbio manual para que você possa orientar seus clientes da melhor forma possível.

Fazer a troca de óleo da caixa regularmente

Quase todo motorista sabe que existe o óleo de motor, mas tem muita gente que não faz ideia que câmbio precisa de lubrificante também.

Sempre oriente seus clientes a realizarem a renovação do óleo, mas não se esqueça que cada tipo de câmbio tem um intervalo de troca diferente.

Não forçar a troca de marchas

Reduzir a marcha do carro sem necessidade não faz bem para o sistema de câmbio e pode gerar desgastes no sistema.

É claro que usar o freio motor é sempre bom, mas fazer o carro perder velocidade na base da troca de marcha não é o ideal. 

O freio deve ser o principal redutor da velocidade, enquanto a transmissão serve para auxiliar e manter o carro engrenado.

Evite “trancos” ao trocar a marcha

Trancos e arranhões na hora de trocar a marcha costumam ser causados pelo mau acionamento do pedal da embreagem. 

Sempre oriente seus clientes a terem calma na hora de trocar as marchas e avise para eles que é muito importante apertar o pedal até o fim para fazer a mudança. 

Não deixe o pé sobre o pedal e a mão na alavanca

Pé parado no pedal da embreagem e a mão fixa na alavanca de câmbio são dois hábitos que muitos motoristas têm, mas que causam pequenos desgastes no sistema de transmissão. 

O pé no pedal afasta o platô do disco, que fica sofrendo com riscos dentro do sistema de transmissão. 

Já a mão na alavanca pode gerar pequenos movimentos que também geram pequenos danos, isso sem contar que ninguém deve dirigir apenas com uma mão no volante. 

“Segurar o carro” na subida

Isso deveria ser um dos sete pecados capitais! 

O certo é parar o carro, deixar no ponto morto e acionar o freio de mão na subida. 

Na hora de sair, basta engatar a primeira e tirar o pé da embreagem com tranquilidade. 

Rodar com marcha mais alta que o necessário

Tem gente que usa marchas mais altas para reduzir as rotações do motor e diminuir o consumo de gasolina ou etanol.

Parece super vantajoso, não é? 

Sempre reforce com seus clientes que o ideal é manter os giros do carro entre 2.000 e 3.000 rotações por minuto. 

Fazer as revisões do carro regularmente

Prevenir é sempre o melhor remédio, certo? 

Reforce aos seus clientes que a manutenção preventiva custa bem menos do que consertar o sistema de transmissão.

Revisões ajudam a encontrar problemas em estágio inicial e permitem que o custo de reparo seja bem menor.

Primeira marcha engatada, prontos para seguir!

Aprender sobre os diferentes tipos de câmbio manual e saber como orientar seus clientes sobre os principais cuidados é um grande diferencial de atendimento.

Mesmo que você já seja um profissional experiente, é sempre bom refrescar os conhecimentos e se manter informado para conversar com quem confia no seu trabalho, concorda?

Por isso, fica o convite: se inscreva na newsletter da RW Elevadores para se manter informado e antenado com as novidades e tendências do mercado automotivo.

Agora, se estiver precisando dos melhores equipamentos para sua oficina mecânica ou instalar os melhores elevadores automotivos, então, entre em contato conosco.

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